terça-feira, 10 de novembro de 2009

Horse with no name

O sol, magnífico em um dia de praia, agora estava sendo a minha cruz. Caminhando no deserto, perdi a noção do tempo, perdi a noção de quando havia me perdido, perdi a noção de quem eu era. Antonio? Acho que minha mãe me chamava disso, ou era esse o nome do vizinho?

O cavalo havia ficado para trás, livre para morrer ou tentar lutar pelo resto de vitalidade que o seu corpo permitia ter. Deixei-o depois do quarto o quinto cacto que eu havia visto e ele correu, sem a sela, sem água, sem nome.

Fé: seria isso que me levava para frente? Minha pele parecia entrar em ebulição nas partes sem pano para cobrir. Cai de joelhos, não agüentava nem mais um segundo no inferno de areia, coloquei as mãos na cabeça e rezei.

Abri um olho, havia algo estranho, um barulho se aproximando de mim. Era o cavalo, e nele havia alguém. Anjos te carregam para o céu de cavalo? Era uma mulher, loira, nua. Ela se aproximou e me ofereceu água, me levantou, tirou o panos do meu rosto e me proporcionou a visão dos seus olhos. Luana podia não ser o nome dela, mas, absolutamente era o nome mais puro para minha salvadora. Abracei-a e senti o calor de seu corpo. Beijei-a e senti o sabor da areia do deserto. Morri iludido, caído ao chão, coberto de areia.

Um comentário: